"ESTA JORNADA É O QUE ME FAZ VIVER."
LINDOMAR ANTÔNIO GONÇALVES
INVEESTI
MEENTOS
PANORAMA ECONÔMICO
Em 2021, a economia mundial precisou reagir e se recuperar dos acontecimentos de 2020, principalmente por causa da ruptura econômica global que foi causada pela pandemia do novo coronavírus. Semelhante à uma ressaca advinda de grandes recessões, todo o planeta teve que lidar com situações alarmantes, como ruptura de cadeias produtivas e elevação de preços — esta última, no Brasil, fomentada por instabilidades de ordem geral e uma das piores crises hídricas das últimas décadas.
Por falar em Brasil, o aumento da inflação e os ruídos do cenário político nacional provocaram muita instabilidade no mercado ao longo do ano. Crise institucional, mudanças de rota na condução da política fiscal e as incertezas quanto ao avanço das reformas, geraram incertezas nos investidores e ocasionaram a perda de valor de compra em diversas classes de ativos.
Os altos e baixos foram comuns em todas as classes de ativos. Mesmo quem buscou proteção contra a inflação nos títulos públicos indexados ao IPCA precisou controlar as emoções. Por conta da volatilidade dos juros ao longo dos meses, esses papéis desvalorizaram, em média, 6,55% no ano, como mostra o resultado do IMA-B 5+: o índice que acompanha os preços dos títulos Tesouro IPCA+ (Notas do Tesouro Nacional Série B).
Já o Ibovespa, por exemplo, atingiu uma marca histórica em junho — 130 mil pontos —, porém, encerrou o ano com desvalorização de 11,93%, representado por 104.822 pontos. No IFIX (Fundos Imobiliários) houve uma forte valorização de 8,78% em dezembro, maior alta mensal desde o mesmo período de 2019, porém insuficiente para reverter as perdas dos meses anteriores, encerrando o ano com queda de 2,28%. No CDI não foi diferente: quem aplicou em investimentos conservadores viu a taxa sair de 2% ao ano e chegar em 9,25% no último mês — mas, ainda assim, o rendimento acumulado do ano ficou abaixo de 4,5%.
Em função de tanta volatilidade, tanto nos mercados de Renda Variável quanto de Renda Fixa, os Fundos Multimercado — que investem o dinheiro dos cotistas em diferentes classes de ativos — tiveram dificuldades para entregar rentabilidade e, em muitos casos, isso não foi possível, como indica o resultado do IHFA (Índice de Hedge Funds Anbima - Fundos Multimercado), que acompanha a categoria. Na média, eles tiveram ganhos acumulados de apenas 2,04% em 2021.
No caso dos Fundos de Previdência aberta os resultados não foram diferentes: o rendimento médio do ano foi de negativo em 0,80%, como mostra tabela abaixo:
É importante destacar que não é incomum a inflação superar o retorno dos principais investimentos tradicionais em momentos de grandes desarranjos da política macroeconômica. Com os efeitos mais adversos provocados pela pandemia, os bancos centrais do mundo inteiro tiveram que flexibilizar a política monetária para reativar a economia em um contexto pós-pandêmico, retornando para uma posição de maior equilíbrio agora, visando acomodar as expetativas de inflação.
Impacto no Instituto
Diante do exposto, foi desafiador garantir um retorno real (acima da inflação) no ano, pois os investimentos tradicionais não superaram a inflação, tendo como exceções apenas o Bitcoin (moeda digital) e os BDRs (certificados de depósito emitidos e negociados no Brasil que representam ações de empresas listadas em Bolsas de outros países). Vale ressaltar, ainda, que a maioria das classes de ativos já tinha se desvalorizado em 2020 (Bolsa, Títulos Públicos, Fundos Imobiliários e boa parte dos Fundos de Investimentos).
Contudo, o SEBRAE PREVIDÊNCIA conseguiu retorno positivo na sua carteira de investimentos, o que contribuiu para o crescimento patrimonial, superando a marca de R$ 1 bilhão — inclusive, o patrimônio do Plano Valor Previdência foi o grande destaque, com crescimento de 27,25% (considerando também o fluxo previdencial). Mesmo diante das grandes incertezas que rondaram os ativos financeiros no ano, o Instituto superou o desempenho dos principais indicadores no fechamento do ano: Ibovespa, IFIX, IMAB, IRFM, IFHA, e Média dos Fundos de Previdência aberta.
Perspectivas para 2022
Em janeiro de 2022, o Banco Central divulgou a projeção dos analistas para a inflação (IPCA) do ano, que apontou a elevação do índice para 5,15% — acima do teto de 3,50% da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Com relação à Selic, que fechou 2021 em 9,25% ao ano, a taxa básica de juros da economia tem perspectiva de crescimento de mais 2,5%, encerrando 2022 em 11,75%. A isso, soma-se a expectativa do Ipea, divulgada em novembro de 2021, para o INPC: aumento de 3,9% para 4,6%.
Sobre este ambiente econômico de inflação elevada se abate um choque adicional, oriundo do conflito em desenvolvimento entre Rússia e Ucrânia. Maior produtora e exportadora mundial de petróleo, a Rússia é também produtora de destaque de diversas outras commodities metálicas e agrícolas, bem como de fertilizantes. A natureza do choque em andamento é, portanto, inflacionária. Na atual circunstância, o fato de a pressão adicional de custos vir a se concentrar, num primeiro momento, em preços de commodities, não deve eximir dos Bancos Centrais em todo o mundo de reagirem às suas consequências — que precisarão se ajustar para esfriar a demanda e limitar o nível da inflação ao longo dos próximos anos.
Se confirmadas essas previsões, 2022 seguirá a tendência de um cenário desafiador, tal qual 2021: ano que, principalmente no segundo semestre, foi marcado por oscilações macroeconômicas — com inflação em constante alta e demais fatores citados anteriormente que influenciaram no desempenho dos investimentos. Os principais desafios do novo exercício estão relacionados ao rearranjo fiscal e reformas estruturais, cujas agendas serão de responsabilidade do novo governo central que vier a ser formado e que dependerão de tramitação no legislativo.
Com a recente flexibilização do teto de gastos, a credibilidade brasileira foi negativamente impactada, sendo um dos maiores riscos caso parte dos recursos sejam utilizados com foco eleitoral. Esse panorama exige a construção de uma carteira mais conservadora, consequentemente aumentando a exposição nos instrumentos de Renda Fixa, que estarão extremamente atrativos no Brasil em 2022.
Diante do cenário, o SEBRAE PREVIDÊNCIA irá reduzir a exposição em Renda Variável (Brasil), aproveitando eventuais oportunidades para aumento da parcela de Investimento no Exterior, limitada legalmente em 10%. Será exigida uma postura mais tática dos gestores, pois a previsão de grande volatilidade nos mercados pode gerar boas oportunidades ao longo do ano.
INVESTIMENTOS
Perfis de Investimentos
Os recursos do Plano SEBRAEPREV são investidos em três modalidades de Perfis de Investimentos de livre escolha dos Participantes conforme seus objetivos de vida, expectativas de resultados em curto, médio ou longo prazo. Com eles, o SEBRAE PREVIDÊNCIA oferece mais flexibilidade e autonomia para que os Participantes construam as suas reservas para a aposentadoria de forma compatível com as suas particularidades e tolerância ao risco.
O Plano Valor Previdência ainda não oferece a possibilidade de escolha de perfil de investimento por estar em uma fase inicial de capitalização. Seus recursos são alocados conforme a Política de Investimentos definida para o Perfil Moderado do Plano SEBRAEPREV.
Rentabilidades por Perfil e Segmento de Aplicação
Rentabilidades por Fundo de Investimento
(com posição em 31/12/2021)
Política de Investimentos 2022-2026
A Política de Investimentos é o documento que estabelece as diretrizes para a aplicação dos recursos dos Planos SEBRAEPREV e Valor Previdência. É proposta pela Diretoria Executiva e aprovada pelo Conselho Deliberativo do Instituto, com o apoio da Comissão de Investimentos.
Ela é definida visando garantir segurança, liquidez e rentabilidade para preservar os benefícios dos seus Participantes e Assistidos e é revisada anualmente (ou quando necessário), sempre considerando as características e especificidades dos planos de benefícios, a legislação pertinente e os cenários econômicos. Nela são estabelecidos itens como a alocação estratégica, restrições de investimentos, operações com derivativos e apreçamento de ativos. Merece destaque também a avaliação e controle de monitoramento dos diversos riscos aos quais os recursos dos planos de benefícios estão expostos, dentre eles os riscos de mercado, de crédito, de liquidez, legal, operacional, atuarial e de procedimentos.
Com base nas características dos 3 Perfis de Investimentos do Plano SEBRAEPREV, o Instituto atualiza a cada ano os correspondentes estudos de macroalocação, com base na metodologia de Fronteira Eficiente, visando à proposição de distintas carteiras de investimentos otimizadas, na relação risco x retorno esperados, haja vista os anseios e expectativas dos participantes. Através da identificação de um determinado nível de equilíbrio entre o retorno dos investimentos e o grau de risco admitido por cada perfil, obteve-se uma gama de alternativas de alocação, resultando em:
• Maximização da rentabilidade dos investimentos, visando ao menos igualar a taxa de referência do plano para o perfil, a dado nível de risco;
• Gerenciar a liquidez necessária para pagamento das obrigações atuais e futuras do plano;
• Diversificação dos ativos; e
• Consistente planejamento para aplicação dos recursos garantidores.
Com isso, para a Política de Investimentos de 2022, os benchmarks estabelecidos para cada perfil de investimento foram os seguintes:
(i) Perfil Conservador = 110% do CDI;
(ii) Perfil SEBRAEPREV (Moderado) = 118% do CDI; e
(iii) Perfil Arrojado = 126% do CDI.
Entende-se como benchmark para determinado segmento de aplicação o índice que melhor reflete a rentabilidade esperada para o curto prazo. Isto é, para horizontes mensais ou anuais, conforme as características do investimento. Esse índice está sujeito às variações momentâneas do mercado. Por outro lado, a meta reflete a expectativa de rentabilidade de longo prazo dos investimentos realizados em cada um dos segmentos listados a seguir — rentabilidade esta que pode apresentar menor volatilidade e maior aderência aos objetivos do plano.
As tabelas abaixo demonstram a alocação para a classe de ativos e os limites estabelecidos na atual política:
A alocação dos recursos permanentemente respeita os limites fixados na política de investimentos, definida anualmente. Para a composição do portfólio, busca-se a gradual convergência aos alvos definidos para cada segmento e mandato, exceto na superveniência de abrutas alterações conjunturais que possam implicar riscos adicionais decorrentes de cenários adversos.
A definição dos parâmetros inferiores e superiores para cada limite de alocação visa dar flexibilidade para a realização de Investimentos Táticos, que nada mais são que posicionamentos de curto prazo com o propósito de proteger a carteira ou de aproveitar oportunidades de mercado.
A flexibilização para realização de Investimentos Táticos, respeitados os parâmetros inferiores e superiores de cada perfil, é oferecida ao gestor do Fundo Exclusivo — que é um tipo de fundo de investimento constituído para investidores profissionais — selecionado pelo SEBRAE PREVIDÊNCIA. Dentre as vantagens da contratação de um fundo exclusivo estão:
a) gestão profissional dos investimentos: feita por um gestor capacitado e uma equipe altamente competente;
b) diversificação: de ativos, gestores e riscos, sem a necessidade de ter uma conta em cada instituição;
c) carteira totalmente personalizada: de acordo com as características e objetivos do participante do SEBRAE PREVIDÊNCIA.
A esquematização a seguir auxilia no entendimento de estrutura de investimentos desenvolvida pelo Instituto.
Alocação dos Recursos Garantidores em 2021
Gestão Terceirizada
ADMINISTRAÇÃO
As despesas administrativas correspondem aos gastos para manutenção da gestão dos Planos SEBRAEPREV e Valor Previdência, sendo segregadas em despesas de Administração Previdencial e de Administração de Investimentos. Em 2021, o total das despesas administrativas foi de R$ 8.570.930,14.
Custo por Participante
O Custo por Participante ou Despesa Per Capita representa um indicador para os gastos administrativos por Participante, que permite a realização de comparações sobre a estrutura de custos da Entidade e serve de referência para avaliar a competitividade da instituição. Em 2021, o custo ficou em R$ 883,33.
Taxa de Carregamento
A partir de 2019, a Taxa de Carregamento que incidia apenas na Contribuição Básica foi reduzida de 1,2% para 0%! Contribuições Voluntárias e de Serviço Passado não tem Taxa de Carregamento.
Taxa de Administração
A Taxa de Administração permaneceu estável em 0,8% desde 2013. Porém, em 2019, foi ajustada para 0,9% por conta da extinção da Taxa de Carregamento e outros fatores. O índice foi reduzido para 0,85% em 2020 e sofreu nova redução, para 0,8%, a partir de janeiro de 2021, e deverá permanecer dessa maneira para 2022.